(Joan Miró)
Um alvíssaro pássaro atordoado
de repente salta ao poema,
em estabanado grito e clarão
e a onda se arrebenta na
explosão de espuma,
e em seguida se esfuma,
desmaia,
desliza,
lisa,
na praia,
em que o céu,
que ela espelha,
se espalha,
e um movimento sinfônico de
volutas corre por uma saia e uma blusa em várias permutas e se solta dos panos
pros braços e mãos e se franze,
em rendilhada água,
no ar,
ao ser lançada da bacia – agora
vazia – pro mar,
e a garça,
assustada,
se alça e se esfalfa em vultos
alvos de asas, já acima das casas
e ultrapassa um balão que sai,
céu acima,
excesso e exceção da Terra, que
em mais-leve-que-o-ar se sublima.
Nuvens passam,
largas,
veículos-e-cargas,
são frotas de caravelas,
leves e belas,
ou galeões com trovões sem
canhões fazendo escarcéu,
no oceânico céu
e Veneza é água e pedra,
Iago
e mágoa,
mas poderia ser ... Viterbo
e rimaria com Verbo,
que tem
tanto do Logos quanto o Iago do
evangelho - nesses jogos - tem do Ya´akob
hebraico,
vertido como Jacó,
no Testamento Arcaico,
Daí Sant´Iago,
que na salerosa Cæsaraugusta - que logo será
Zaragoza - passará a se chamar
San...
Tiago,
igual ao persa biring – cobre – que, após tanta
degeneração – dez, onze – no que se dispersa,
acaba gerando – entre nós - bronze,
a mesma história
pobre
de pássaro,
que veio do latino passer,
pardal,
quando pássaro era – na verdade - avis,
chaves que mostram como somos
como estradas e rios,
cheios de altos e baixos e
jamais em reta - tendo até extravios – mas com meta.
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