segunda-feira, 14 de maio de 2012

LEITURAS ( A PEDRA DE BABEL)




LEITURAS (A PEDRA DE BABEL)





Se um dos postulados teóricos da fenomenologia é de que a consciência encontra-se sempre em um processo de intencionalidade, ou seja, o “eu” sempre em referência a “algo”, o livro A pedra de Babel, do romancista e filósofo Edilson Pantoja, nos mostra a problemática presente em um dos pilares do pensamento contemporâneo: destituído de seus alicerces metafísicos, como pode a consciência não perder-se em seu próprio labirinto de significação? Uma busca fadada ao malogro devido à ausência de uma referência transcendente, de um sentido Absoluto que justifique os atos humanos em seu permanente anseio de completude semântica. A pedra de Babel, epopéia da solidão pós-metafísica, mostra-se como uma narrativa do niilismo; uma perspectiva filosófica próxima ao pensador alemão Nietzsche. O homem deve buscar a única “oferta possível de sentido”, a arte em sua transfiguração existencial. Um livro denso, por tratar de forma literária uma das maiores questões do século: o que fazer do homem sem a principal característica que paradoxalmente o definiria em sua essência: a transcendência?

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