quarta-feira, 30 de maio de 2012

IVAN EUGÊNIO DA CUNHA: POEMA


(John Waterhouse)


Vento Plangente

Escuta o melindroso e atroz lamento;
Deste vento que passa tão dolente.
Já viu ele, no mundo, dor demente;
E derrama aqui pranto sonolento.

Escuta o canto lúgubre do vento,
O réquiem tão constante, atro, plangente,
Lamentando p'ra todo ser vivente;
A morte deste mundo tão languento.

Com tristíssima e suave melodia,
Chora ele, com pesar assaz profundo,
Toda tristeza vil de cada dia.

Chora também o vento, como chora,
Junto às dores e mágoas deste mundo,
A morte que, em meu peito triste, mora.


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