quarta-feira, 30 de maio de 2012

GABRIEL RÜBINGER: POEMA


(Lawrence Alma Tadema)


Inquietação

Onde deixei meu coração baldio?
Na tarde de um outono envelhecido,
de folhas a carpir os desenganos
de quem viveu e não amou a vida?


Queixei-me, ao alaúde, das venturas
que agora o vento trouxe. Consolou-me
o vulto violeta de uma breve
verbena que soltou-se de seu galho...


Vesti as ilusões e os velhos sonhos
da imensidão dos campos do cerrado
e cavalguei em nuvens e estrelas.


Banhei meus pés nas lágrimas de um rio
que eu mesmo derramei. Se eu amava,
eu já não sei. Lavei minha alma escrava.


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