(Lawrence Alma Tadema)
Inquietação
Onde deixei meu coração baldio?
Na tarde de um outono envelhecido,
de folhas a carpir os desenganos
de quem viveu e não amou a vida?
Queixei-me, ao alaúde, das venturas
que agora o vento trouxe. Consolou-me
o vulto violeta de uma breve
verbena que soltou-se de seu galho...
Vesti as ilusões e os velhos sonhos
da imensidão dos campos do cerrado
e cavalguei em nuvens e estrelas.
Banhei meus pés nas lágrimas de um rio
que eu mesmo derramei. Se eu amava,
eu já não sei. Lavei minha alma escrava.
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