sexta-feira, 18 de maio de 2012

JOSÉ MARCUS DE CASTRO MATTOS: POEMA

(Albrecht Dürer)


OFICINA DO PENSAMENTO

O Burgo Ao Longe Dorme Ainda E Sonha, Estranho
Ao Árido, Ciente Labor Dos Que Lamentam
Não Dar À Pedra A Forma-Ápice Que Intentam,
Na Luz Nascente, Baixar Dos Céus Tal A Cor, O Tamanho.


Silentes E Insones, Ambos Entregues À Obra-Incrível,
Os Anjos Grande & Pequeno Dos Instrumentos Não Desertam:
- A Escada, A Balança E A Ampulheta Quiçá Despertam
Ao Sinete, Menos Embora O Cão-Dormente, Solidário, Impassível.


– Se No Exílio Dos Homens E Do Reino, Pequeno & Grande
Por Que Persistem Junto Aos Signos E Ao Material Disperso,
Ousando Imantá-los Face À Indiferença, À Vileza, Ao Tempo-Avante?
– O Que Guardam, Austeros, De Primeiro Ou Último Do Universo?


Confiados Por Dürer Ao Eterno, Lidam Embalde Com Fórmulas-Secretas.
Não Importa. Em Algum Sítio Do Orbe, Vigoram Dignos, Alquímicos, Poetas.

Um comentário:

  1. Apenas um testemunho do quanto admiro a gravura de Dürer: http://cadernosdearte.wordpress.com/galeria/melancolia/

    Abraço.

    ResponderExcluir