terça-feira, 22 de maio de 2012

JOSÉ MARCUS DE CASTRO MATTOS: POEMA


(Caravaggio)


MITO

Posto-me, ante isto, num arcado de monge erudito (como se, insonte, fosse/não fosse o lígio).


No fascínio, cumpro os ritos: – Dôo-lhe, servo, pneuma e sangue, exigidos.


Percorro, símile, o plectro vazio, e, nele, o limite, encontro, extravio.


Assimilo instintos, domínios: – Epicentros provo, intuídos; ditames finco, solidos.


Compreendo vezos, carinhos: – Curam, no lanho, pruridos; vazam, no seio, cupidos.


Pelejo lagares defendidos: – Desejo cetros d’ouro, azulegos chucros, interditos.


E, no conflito, ganho, perco: – Amantes, somos, inimigos.



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