quarta-feira, 30 de maio de 2012

GABRIEL RÜBINGER: POEMA


(Pietro Perugino)

ROMARIA

ao magno Rommel Werneck

Que cântico é esse que me invade,
doloso, o quarto? Vejo da sacada
a procissão trilhando a velha estrada,
e implorando aos céus a piedade.

Das velas há a branda claridade,
que tremeluz no vento... rutilada,
a voz do coro rasga a madrugada,
e eu choro pela minha mocidade...

Quanto pesar nas vozes inocentes,
como se Deus a todos condenasse
e acorrentasse sem usar correntes!

Eu rezarei por mim... Se não amasse,
não doeria o teu olhar ausente...
Oh...Quem me vela é só de Cristo a face.

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