(Modigliani)
VOLTAS
Os teus olhos são tão negros
quanto uma lua que, ausente,
nega um segredo
ou o presente.
Os teus olhos são tão negros
que são profundos, não densos,
e têm muito de cigarras,
de água, de esquecimento.
Os teus olhos são tão negros
quanto um quarto adormecido
onde despreza ou espreita
um gato, um morto, um crime.
Os teus olhos são tão negros
que neles nem há pupilas.
Só, no silêncio perfeito,
a obrigação de um centro.
Gostei muito desse poema.
ResponderExcluirAbraço,
Jorge