segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

UM POEMA DE WEYDSON BARROS LEAL

(Enrico Bianco)



HISTÓRIA

Arde nos santos a certeza da Terra.

Sob a lua, a mesma lua, o chão. Aqui depositaram as lâminas.

Acre e suspensa sua imagem só – luz e solidão – onde não cabe o silêncio mais que a noite criada.

Longe das luzes a passagem dos carros evoca um futuro: é preciso manter os castelos, a história das casas – portas e janelas: – Outros meios compõem a próxima arquitetura.

Sinto o calor com seus beijos úmidos. Sua boca de água e fogueira.

A cidade guarda nas cinzas o sono das estrelas: sombras e réstias – palavras de minha infância.

Entre o céu e a curvatura da noite há pombas de pedra carregando cristais; –

e brilham seus pés sob a chuva branca.


Os ritmos do fogo, Ed. Topbooks

5 comentários:

  1. Acabei de ler um poema que também falava de cidade e de casas. Sim, elas guardam segredos seculares, contam histórias - memórias tatuadas nas pedras das ruas, nas velhas paredes, nos telhados, nos quintais... que ainda resistem.

    OBS: Fantástico teu poema, Hilton. Este final é bonito demais: "Caminhamos sobre o infinito de nossos passos". Gosto muito, muito, muito da tua poesia. Abraço!

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  2. Nydia, gosto muito desse estilo de poesia. O Weydson é um poeta maravilhoso. Devo postar mais poemas seus em breve. Obrigado pelas palavras sobre meu poema/prosa poética. Em breve devo postá-lo. Um grande abraço.

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  3. Prezada Gerana, seja bem vinda ao Poesia Diversa. Esteja sempre presente. Um abraço.

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