sábado, 27 de fevereiro de 2010

MÁXIMAS OU AFORISMOS II

(Kandinsky)



Amamos pouco quando satisfazemos nossos desejos, pois o amor não reside na posse e sim no desprendimento.

Amamos quando outorgamos ao outro o direito de ser si mesmo; portanto, de não ser apropriado.

Todo objeto de desejo é uma reclusão ao amor.

A insuficiência do homem advém do fato de que ele morre e de que nada pode ser feito ou remediado por aqueles que permanecem vivos.

Não raro, na iminência da morte consentimos em viver.

Se a morte possui uma dimensão trágica, essa reside no encerramento definitivo de todos os fatos, pois a vida não tolera dimensões definitivas.

As desgraças alheias pouco ou nada significam, visto estarem distantes do campo restrito de nossos sentimentos. Assim, o egoísmo impede que sejamos demasiado humanos.

A relevância de nossos problemas advém da percepção vaidosa dos mesmos.

Seríamos trágicos se tivéssemos a consciência de todos os fatos.

Um ideal de vida nem sempre corresponde às circunstâncias que o determina. O que explica a infelicidade de muitos.

Nunca amamos o suficiente para não precisarmos odiar.

Para além das verdades históricas encontra-se o homem.

É duvidoso crer no destino quando ele se torna um fardo ao fato de existirmos.

Duvidamos de nossas verdades quando elas não resultam em consolo às nossas desilusões.

A consciência do incerto é o resultado da razão em seu excesso de lucidez. Assim, as incertezas da vida não pertencem ao cotidiano.

Obs: aforimos de minha autoria protegidos por direitos autorais.

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