(Miró)CHUVAS ANTIGAS
o dia de repente desbota. o vento sopra poeiras antigas - gravetos, painas, folhas e flores de dente de leão. na casa em frente, lampiões seculares se agitam. enlouquecem os pássaros, cães se escondem, árvores alteradas dançam num balé convulsivo. mulher puxa depressa os meninos pra dentro, arranca a roupa do varal, fecha correndo portas e janelas, acende velas, prepara a palma benta pra queimar: a chuva vai chegar.
o dia de repente desbota. o vento sopra poeiras antigas - gravetos, painas, folhas e flores de dente de leão. na casa em frente, lampiões seculares se agitam. enlouquecem os pássaros, cães se escondem, árvores alteradas dançam num balé convulsivo. mulher puxa depressa os meninos pra dentro, arranca a roupa do varal, fecha correndo portas e janelas, acende velas, prepara a palma benta pra queimar: a chuva vai chegar.
DESARVORADA
árvore antiga
não quer saber do tempo
nem dos setembros
árvore louca
rompendo as asperezas
explode em flores
Hilton
ResponderExcluirÉ interessante, alguns dos meus poemas acabam virando prosa. Muitos dizem que são mini-contos. Para mim, são poemas.
Abraços!
A Nydia é uma grande poeta!
ResponderExcluirAdoro tudo o que ela escreve!
Bela escolha Hilton!
Nydia, existe certos escritos em prosa que se aproximam muito da poesia deviso sua tonalidade fortemente lírica, intimista, imagística, ou seja, poética! É o caso de alguns de seus escritos, assim como a Lara Barros que você pode ler aqui no Poesia Diversa. Gisele, realmente a Nydia é uma poeta muito especial. É uma satisfação para mim publicar seus poemas nesse modesto espaço cultural. Um grande abraço a vocês duas!
ResponderExcluirReli agora o poema da chuva da Nydia e gostei mais ainda. Poesia cinestésica. Vê-se o movimento, quase se sente o cheiro de terra molhada.
ResponderExcluirAbraços.
Estimado José, a poesia da Nydia é repleta de minúcias. Gosto de seus poemas. Um abraço e esteja sempre presente no Poesia Diversa!
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