(Jean Delville)
V
De todos os flósculos desgarrar-se-ão as
sementes da jovem beatitude. Envolto pelas auroras indistintas em cuja
maravilha foi desterrada a supremacia dos deuses transbordante, caminhei com o
suor escorrendo-me pelo rosto e convertendo-se em gotículas de pérolas
sazonadas. Então, ó harpas tão sutis e acessuais, fazei-me à semelhança de
vossas mais infames notas!
Acalentai por meu espírito alívio, e doçura para
a legião dos ícones de cristal! Ride para mim, ó harpas da salvação! Ride para
mim e eu inundarei vossos soluços com as
lágrimas de meu júbilo!
- Aos chineiros cavalos lucila um cântico que,
de se repetir interminavelmente, reacende o fogo dizimado pelo amor das
donzelinhas. Dias e noites contados! Em extremas redomas de barganhas ferem-se
os irmãos acometidos por todas as graças de emoções luzidias, fugidias...
escapar-me-ão, quantas esperanças devastadas! Quantos pesadelos e belos tronos
amontoam-se num assombroso quadro de seca letargia! Vós que sois tacanhos
demais para com a vida – não sabeis com que furor a água há de nos invadir...
fresca, límpida, saborosa, transparente e amistosa.
A mente censura o que o coração não
compreende. Não me daria ao pesar de uma árvore inclemente se não estivesse
seguro de sua breve soberania.
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