sexta-feira, 13 de julho de 2012

BERNARDO SOUTO: POEMA


(Caravaggio)


O VATICÍNIO DA SERPENTE

feitas de rude barro
inúteis são tuas asas
                                 filho do Homem
à Ilha foste condenado
e nada saberás a respeito da Queda
cuidado
querubins sanguinários guarnecem o Paraíso
se muito te aproximares
                                     ao pó volverás
estás imerso em turvas águas
                                   filho do Homem
nada podes divisar
                            senão vultos
aprende o voo-flecha do peixe
e vislumbrarás o eterno


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