(Edgar Degas)
SONETO DE DEVOÇÃO
Essa mulher que se arremessa,
fria
E lúbrica aos meus braços, e nos
seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes
feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos
receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra
daria.
Essa mulher que a cada amor
proclama
A miséria e a grandeza de quem
ama
E guarda a marca dos meus dentes
nela.
Essa mulher é um mundo! – uma
cadela
Talvez... – mas na moldura de uma
cama
Nunca mulher nenhuma foi tão
bela!
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