(Edward Burne-Jones)
MINHA
LENDA
Tisnam
o ar –
a poeira e o enxofre –
invadem
os poros, a carne, o sangue
inundam
a água ébria que escorre
na
boca amarga, enorme do homem
turvas
palavras assombram os céus
saltando
do homem, da boca enorme
é dia,
é noite... em olhos de breu
incerto
amanhã na mente que sofre
desce
o futuro veloz, busca o ventre...
último
sopro de vida que resta
ressurge
a morte nas dobras do vento
passado
e presente... tempo deserto
dormi
e sonhei, vi isto, sim, vi!
A
minha retina agora e pra sempre
não
vai esquecer a imagem de mim
perdido
entre cinzas – sol já poente...
um
gesto surgiu em meio à poeira
em
forma de mão, o gesto me acena
segui
o sinal – quem sabe – pensei
a
ultima flor, talvez, dessa lenda
Nenhum comentário:
Postar um comentário