(Pieter Brueghel)
HOMEM
OCO
a Janilto Andrade
Sob
a vigília de um olhar de sono
dias
escorrem entre sombra e luz
poucos
percebem que na vista pouca
nem
luz, nem sombra, deixam marcas sempre
as
horas voam feito borboletas
pelas
manhãs de um amanhã sem busca
vão
entre flores e espinhos densos...
um
olhar murcho pensa outros futuros
que
se molduram entre as mãos e os dentes
de
um homem surdo, oco, cego e rude
que
na memória já não guarda um tempo
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