sábado, 9 de junho de 2012

JORGE TUFIC: POEMA


(Cézanne)

A INSENSATEZ

Súplicas não há
que impeçam as viagens de um dia
para outro dia.
Todas as guerras começam
ou terminam
nessa trava que soa,
abrindo e fechando portas,
cárceres, grutas, bibliotecas,
domingos assustados.
Uma planta que cegue os vaga-lumes,
uma voz que se rache da pedra,
um rio subitamente vermelho,
podem ter sido a causa
de uma tarde ou de uma noite
estacarem
para  rever uma frase.
Uma única frase.

  

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