domingo, 1 de janeiro de 2012

CLÁUDIO MANOEL DA COSTA: POEMA





Temei, Penhas...




Destes penhascos fez a natureza

O berço em que nasci: oh! quem cuidara

Que entre penhas tão duras se criara

Uma alma terna, um peito sem dureza!



Amor, que vence os tigres, por empresa

Tomou logo render-me; ele declara

Contra meu coração guerra tão rara

Que não me foi bastante a fortaleza.



Por mais que eu mesmo conhecesse o dano

A que dava ocasião minha brandura,

Nunca pude fugir ao cego engano;



Vós que ostentais a condição mais dura,

Temei, penhas, temei: que Amor tirano

Onde há mais resistência mais se apura.


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