(JB Lazzarini)
dezembro 1, 2
neste dezembro eu vou pisar o estio
com toda a truculência do vazio.
2.
me declaro cavalo e pecador
temporais de um corpo inexistente.
em dezembro me caso por amor.
o corte da terra
a vida, solidão, toda impotência
caminha numa pele de novelo
onde ela rasga a carne em desmantelo
a demonstrar ao mundo abstinência.
pudera ser mais torpe e mais estrada
nos meus cavalos, encantos, aguaceiros.
a vida se acabou em quase nada.
à clara moça dos poetas
sou casto pelo corpo e suas névoas
na rouquidão das guerras que nos partem
nas armas mais sutis que nos magoam
o corpo e a alma das vertentes podres
só me abalam em terras arrasadas
de aço chucro, de cimento aspro.
você é a clara moça dos poetas.
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