(Bosch)
O rio,
que passa sob a ponte em que a farândola avança,
entra na base da Torre
e,
inseguro,
se lança,
no escuro,
até o vão que se abre em seu leito,
como que de Procusto,
e então cai,
branco de susto,
no oco do mundo,
até a desintegração... tétrica...
sobre centenas de turbinas
de gigantesca hidrelétrica.
E aí há um pouso de anjos (com asas como mãos postas às
costas).
Há um peixe que nada no nada,
e um homem,
com flecha no
ânus ( parece que sem grandes danos),
que desce uma
escada.
Um polvo move os tentáculos
e sobe,
aos arrancos,
no belo espetáculo pra saltimbancos,
em que se incluem fumaça e certo ar de ameaça.
E há o desfile da cáfila
andrófila,
que segue – quando consegue - um bode albino ( com grou e pavão no cachaço ),
levado por
um menino.
O diabo,
levado da breca,
bate o pé e toca rabeca,
e, de seu baço, a cada compasso, salta-lhe um Bute, que leva
seu chute,
salta-lhe um Fute,
que o pega no muque e logo o deglute.
E Calderón pregunta,
risueño:
¿Qué es la vida?
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