(Pieter Brueghel)
Abre-se o abismo de pedra e susto
e,
de cristal e prata,
duzentas e setenta cataratas,
como as de Foz do Iguaçu, na Garganta do Diabo,
cavam, sem problema, a fundação do poema,
com grande largura,
... mas sem descer cem
metros no chão da literatura.
Sendo,
então,
a Foz,
na
profundidade,
pouca,
The Angel Falls,
da Venezuela,
com sua milha louca,
é a opção.
Mas é à Queda de
Lúcifer
propriamente dita
e a seu eclipse
no Apocalipse,
que o Poeta – nela espelhado - se apega,
no lapso em que o afrontoso, presunçoso anjo,
arrasta a Virgem - de quem quer o Filho
- na réstia da Via Láctea,
mas é detido na vertigem ciclônica da estelar rosácea,
pelos clarins,
clarões,
trompas,
trombetas,
trovões
e toques de
rebate,
de São Miguel Arcanjo, que avança pro combate,
mais o irado exército alado,
ao que Lúcifer se ouriça,
mar agitado,
terra tremente,
céu de tormenta,
na liça,
e o encontro entre os dois estronda, um milhão de vezes mais
poderoso do que o de Mormionda,
até que,
no sismo,
cai o “Portador da Luz” como estrela
e abre-se um poço no abismo.
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