(Turner)
A ACEITAÇÃO
Quem não aceita a chuva e deblatera o vento
ignora a realidade: em seu retorno o granizo
não se faz anunciar. O que é sucessivo
é real. A luz suspensa amplia a zona de sombra
no quarto onde a cama em desalinho
exibe os sinais da repetida luta desigual
entre a ilusão e a certeza, o gesto e a voz,
e talvez o silêncio estarrecido. E além das vidraças
está sempre o dia dilapidado pela chuva
e pelo vento que arrasta folhas e gravetos.
É o desfolhado dia dos homens, feito de água e terra,
e de passos que avançam no caminho invernal.
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