NOTURNA
Sorvendo a seiva dessas minhas dores,
Eu vou cerzindo sonhos esgarçados,
Outrora dentro em mim acastelados,
Replenos de ilusões, de mil alvores...
Sonhos tecidos co’s sedosos fios
daquele amor que era minha luz,
que agora a tantas dores me conduz,
causando em mim tamanhos desvarios...
Os inumados sonhos meus, quimeras,
Razão de meu viver em outras eras,
São fontes de penares, dissabores.
Hoje mergulho em mil brumais tristezas,
Num mar de pranto, mágoas, incertezas,
Sorvendo a minha dor e os seus licores...
Um amor doído é sempre inspirador da mais bela poesia. Abraço.
ResponderExcluirQue belo soneto!
ResponderExcluirO uso do S em alguns versos deu uma boa sonoridade ao poema. Ficou belíssimo, tanto em musicalidade quanto em tema!