sábado, 5 de fevereiro de 2011
LÊDO IVO: POEMA
SONETO DA MORTE
Levado para longe pelo impulso
da vida, vi-me frente à rosa breve
da morte que cantava no meu pulso
qual se, morto, me fosse a terra leve.
Nenhum tremor senti ao vê-la olhar-me
como o sol para o sol do diamante,
amei-a por ser minha e não bastar-me,
durando em mim apenas um instante.
Oh rosa negra e branca, desejei
que, sendo morte, fosse como a vida
que, embora passageira, segue a lei
do eterno, e como o eterno é consumida.
Vem, morte que em mim brilha, e sê a estrela
de cinco pontas que em meu céu cintila.
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Lêdo Ivo é um dos poucos grandes poetas de hoje. Merece ser lembrado.
ResponderExcluirGrande abraço.