DEVOLUÇÃO
O dia me devolve o horizonte
que a noite apaga. Eis porque amo o sol
que, toda manhã, faz pousar em meus olhos
os meus pertences: árvores, água e montanha.
Só reclamo da luz o que ela pode dar-me.
Respiro o cheiro da madeira serrada.
Piso o orvalho esquecido na grama
onde palpita a pássaro amoroso.
A luz é uma pedra. No excesso de si mesma
ela me guarda, quente e fiel
como um ninho escondido na folhagem.
Hoje sou eterno e consinto em morrer.
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