SONETO AO TEMPO
Por ser tempo, é que o tempo não me basta
e se escoa, cantante, pelas margens
da vida feita de água que o arrasta
para o mal-entendido das viagens.
E leva tudo em seu roldão, deixando
perdido o tempo achado, como a fonte
se perde no existir, e vai cantando
entre as pedras e os bosques do horizonte.
Quadrante do real, ó velho espelho
dos dias, debruçado em ti, me vejo
igual e diferente, moço e velho,
sonho a que me assemelho no desejo.
E o tempo, eternidade decaída,
é meu contemporâneo, sendo a vida.
Deus! Quanta sabedoria somada à estesia de um soneto! Emocionada. Edir Pina de Barros
ResponderExcluirDeus! Quanta sabedoria somada à estesia de um soneto! Encantada, Edir Pina de Barros
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