AURORA JACENTE
Tênue luz, despojos remanescentes do século. Faces obsequiosas, ressequidas pela ânsia de invioláveis promessas. Ossos nus, álgidos passos, insólitos gestos sob um céu sem desígnios. Indelével cortejo de sentimentos proscritos. Lázaro, vossa remissão conclama o litígio dos exilados.
Primeira Estação
Porque no amor as glórias são vãs e toda sutileza um pormenor de injúrias consentidas.
“não soube dizer
que devia despedir-se.
Colocou sobre a mesa
a correspondência.
Não removeu o vaso,
como de costume.
Não fechou a porta ao sair.
Das convenções ignoradas,
a solitude de uma ausência
não esclarecida.
O derradeiro, o inconcluso,
isenta-nos do indulto
do esquecimento?
Certezas rudimentares.
A noite clareia os olhos do cego.
Se amas a verdade, resigna-te,
aceites o próximo e tua solidão”
Assembléia dos desvalidos
Meditação sobre ruínas:
Em seu convívio com o extremo
fruto algum será colhido.
Reclamas pela felicidade
em um mundo aliciado pelo passado.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
POEMA: PRIMEIRA PARTE
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A impressionante pintura de Bosch é uma ilustração perfeita para a angústia estampada em seus poemas.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Que força tem tua poesia, Hilton. Achei isso simplesmente genial. Cada vez mais te admiro. Abraço!
ResponderExcluirHilton, deletei o sucessão. Fiz outro blogue, dá uma passada lá depois.
ResponderExcluirPoetas Sônia e Nydia, um poema longo. Misto de poesia e prosa com uma temática trágica e teatral...Tem mais partes ainda. Ana, já fui visitar. Um amplexo fraterno!
ResponderExcluirTua poesia cala profundamente no espirito humano e revela as verdades sublimes da vida.Teus poemas são na medida exata, noções da vivência humana nesta pântano de engôdo que é este mundo.
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