A MORTA
seca
a porta
despida
fibra ante fibra
ocultando-se
cadáver
posto até quando
destroçar os veios
enxame de abelhas
descompactando-se
CAVALGADURA
olhos de marfim
órbitas de sodalita
perfuram, insólitos
o mole centro
do abdômen
dentro do homem
saturam
sala vazia de órgãos
vãos órfãos azia
amálgama
escura
cavalo
que cavalga
a alma
dura
MORTE TERMO TEMOR
Aguarda: tom de neve.
Água parda proscreve
a rapidez. Agora tarda
Afeito: bom para sumir,
de terra desfeito, vai surtir
único e último efeito.
Fira: dom da faísca.
Fogo de pira confisca
quem só se reproduziu na lira.
Alarde: som de alaúde,
ar de notas arde sobre o ataúde,
antes que chegue a tarde.
PÉS
Escassez de nuvens
sobre o piso.
Tez inchada de pés sem
o alarido
dos passos.
Descalços
todavia presos
Crassos
mas não tesos
Em vão
será suficiente
supor
que movimentos
de dedos
sustarão
termo, memória, medo
do rumor.
Hilton, muito bonito o seu blog. Gostei de conhecê-lo e também de encontrar aqui poemas de meu querido amigo Marcílio.
ResponderExcluirUm abraço.
Prezada Sônia, seja bem vinda ao Poesia Diversa. Fico muito feliz em publicar novos poetas de grande talento como o Marcilio, e honrado por ter meu espaço literário escolhido para isso. Que sua presença seja constante!
ResponderExcluirParabéns, um ótimo espaço de harmonia entre imagens, poesias e emoções. Grato!
ResponderExcluirPrezado Tadzo, a gratidão deve ser toda minha por sua visita ao Poesia Diversa. Esteja sempre presente! Um abraço.
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