terça-feira, 16 de novembro de 2010

CLOVES MARQUES: TANKAS II

(Alexandre Cabanel)



Quantas vezes fiz
baço o frescor do seu dia,
oh minha perdiz.

Quando a ave é de rapina,
roubar o amor não é sina.

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Minha doce Amada
sabe o quanto faz o amor
ser brasa avivada.

Inflamável, a pele aceita
ser rastilho à colheita.

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Foi assim, Amor,
o silêncio entrecortado,
gotas de suor.

Uma, deu sabor ao beijo,
Outra, fez despido o tempo.

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Tão somente seja
– nem lua, nem sol –
das dobras do amor.

Uma onda, Esposa, cobre,
a outra, seja o que for.

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Plantei em seu sexo
lâminas de brilho, Amor,
e com o sol nascente

vi explodir em seu ventre
a justificada luz.


Do livro Tankas de Amor Amado. Ed. Casa de Taipa.

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