terça-feira, 23 de novembro de 2010

PAULA CAJATY: POEMA

(Paul Delvaux)



Quiasmas tardios

ainda suspiram razões
desprovidas de sentido
e respiram fuligem
na ausência de qualquer
poeira fixa e imutável
que lhes aplaque a fome

.

são esses quiasmas do nada
bravio
que se entrecruzam
selvagens
num acaso incolor
ao tardio do tempo
que paira fugaz,
verte morto
e esvai gélido
descosendo tramas
miragens e almas.
ainda preferem o tormento
talvez, a lembrança atroz
ao descanso na paz insípida
cama inodora, angustiosa
da inexistência.

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