quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A ARTE DOS VITRAIS II




O esplendor dos vitrais da catedral gótica também realiza, por meio do que há de mais brilhante na natureza, a captura da beleza divina, para aí fazê-la presente. Em especial no espaço resplandecente da rosácea, os engastes de chumbo parecem aprisionar uma abundância de figuras emprestadas da natureza e dos relatos das Escrituras. Atravessando-as como um sopro, para iluminá-las e acabar por dissolvê-las num deslumbramento, a luz do sol decompõe-se e se recompõe, para se tornar, transfigurada, a do Deus criador, cuja flamejante difusão no interior do templo capta o fiel, a fim de convidá-lo para a festa próxima de sua própria transfiguração.

(Michel Ribon, A arte e a natureza. Ed. Papirus)

Nenhum comentário:

Postar um comentário