quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A ARTE DOS VITRAIS




A cada entardecer, figuras e luzes sagradas pouco a pouco diluem-se na noite e ressuscitam de manhã, para oferecer a imagem radiante do eterno retorno da Palavra divina. A rosácea, flor que gira como o universo na sua perfeição concêntrica, torna-se um imenso cristal multifacetado que, qual síntese fulgurante da criação, espalha à sua volta a radiância e o sopro da emanação divina.

No mesmo momento (entre 1260 e 1270) em que os mestres vidreiros de Notre-Dame de Paris ajustavam os vitrais da grande rosácea, a alguns passos dali, no Convento dos Dominicanos, na Rua Saint-Jacques, Tomás de Aquino escrevia: “Na emanação das criaturas há como que uma circulação ou uma respiração, devido ao fato de que todos os seres voltam no fim para o lugar de onde procedem, como de seu princípio”.


(Michel Ribon, A arte e a natureza. Ed. Papirus)

2 comentários:

  1. E nesta arte de compor com os fragmentos - Como são belos e mágicos, os vitrais!

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  2. Estimada Mai, uma arte como poucas na história! Um abraço!

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