quarta-feira, 14 de julho de 2010

POEMA


A JUSTA MEDIDA

Seria preciso muito mais do que um simples aperto de mão ou mesmo um sorriso esquivo entre estranhos que se cruzam repentinamente. Seria preciso muito mais do que meros sentimentos ocasionados por meras palavras proferidas em circunstâncias adversas ou propícias. Seria preciso muito mais do que a resignação pelo não dito, pelo não correspondido apelo de muitos, pelo pouco que ainda resta (não o suficiente para engendrar o esquecimento) do convívio exaurido, da esperança segregada. “Outrora sonhaste o impossível em meio aos limites do cotidiano. Prata que reluz sobre cinzas de recordações?” Seria preciso a recusa da farsa diária, subjacente em cada solidão comungada, em cada mentira partilhada. Seria preciso o questionamento permanente das razões vigentes. Seria preciso saber amar e esquecer, e às vezes odiar a justa medida de cada acontecimento.

3 comentários:

  1. Um texto para se ler junto com o pão da manhã.
    Guardar migalhas no bolso para reler durante os pousos que se faz ao longo do dia, nessa praça de ser povo, nessa condição de ser, de asas mutiladas, gente.

    Maravilhoso.

    Abraço grato.
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    Katyuscia

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  2. Obrigado por suas palavras! Fico feliz em saber que gostou do poema. Um grande abraço e esteja sempre presente.

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