1) – Como ocorreu seu contado inicial com a poesia?
Escrevo desde os 7 anos de idade, mas comecei com contos e passei para romances aos 12 anos de idade, entretanto não eram obras boas, o que acontece é que os romances tinham um enredo e forma boas mas eu não conseguia colocar aquilo no papel com a solenidade que pedia. Hoje, com tempo disponível e computador, volto à prosa aos poucos e sem abandonar a poesia.
Aos 15 anos de idade quando estudei no Instituto Pão de Açúcar de Desenvolvimento Humano (2002). Até então eu escrevia apenas prosa e pouquíssima poesia. A minha inspiração veio mesmo a partir de novembro de 2002. Em seguida, ao longo de 2003 li Yolanda Ascencio e Rinaldo Gissoni, grandes poetas de minha terra e passei a compor sonetos. Nesta época o Instituto Pão de Açúcar expôs minhas obras e fui convidado a dar uma palestra na inauguração da exposição, foi minha primeira exposição e a primeira regência de aula. Em 2004, passei a freqüentar a Academia de Letras da Grande São Paulo por convite da coordenadora da biblioteca de São Caetano, dona Ana Maria Guimarães e de Dr. Rinaldo Gissoni, presidente da academia e ilustríssimo escritor. Venci também um concurso da Physis Editora, o Cruz e Souza em 5° lugar em rede nacional. Já em 2005, sofri bloqueio literário e passei a me dedicar ao teatro, foi quando prestei vestibulinho para estudar Moda na ETE José Rocha Mendes. Somente em 2007, voltei a compor, mas sempre tive preferência por uma linha mais arcaica, daí a referência gótica de minha poesia.
2) – Quais são suas influências literárias?
Yolanda Ascencio, Rinaldo Gissoni, Vinícius de Moraes, Florbela Espanca, Camões, Olavo Bilac, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Machado de Assis etc Recentemente, descobri o poeta Alexei Bueno que também luta por uma literatura decente.
Escrevo desde os 7 anos de idade, mas comecei com contos e passei para romances aos 12 anos de idade, entretanto não eram obras boas, o que acontece é que os romances tinham um enredo e forma boas mas eu não conseguia colocar aquilo no papel com a solenidade que pedia. Hoje, com tempo disponível e computador, volto à prosa aos poucos e sem abandonar a poesia.
Aos 15 anos de idade quando estudei no Instituto Pão de Açúcar de Desenvolvimento Humano (2002). Até então eu escrevia apenas prosa e pouquíssima poesia. A minha inspiração veio mesmo a partir de novembro de 2002. Em seguida, ao longo de 2003 li Yolanda Ascencio e Rinaldo Gissoni, grandes poetas de minha terra e passei a compor sonetos. Nesta época o Instituto Pão de Açúcar expôs minhas obras e fui convidado a dar uma palestra na inauguração da exposição, foi minha primeira exposição e a primeira regência de aula. Em 2004, passei a freqüentar a Academia de Letras da Grande São Paulo por convite da coordenadora da biblioteca de São Caetano, dona Ana Maria Guimarães e de Dr. Rinaldo Gissoni, presidente da academia e ilustríssimo escritor. Venci também um concurso da Physis Editora, o Cruz e Souza em 5° lugar em rede nacional. Já em 2005, sofri bloqueio literário e passei a me dedicar ao teatro, foi quando prestei vestibulinho para estudar Moda na ETE José Rocha Mendes. Somente em 2007, voltei a compor, mas sempre tive preferência por uma linha mais arcaica, daí a referência gótica de minha poesia.
2) – Quais são suas influências literárias?
Yolanda Ascencio, Rinaldo Gissoni, Vinícius de Moraes, Florbela Espanca, Camões, Olavo Bilac, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Machado de Assis etc Recentemente, descobri o poeta Alexei Bueno que também luta por uma literatura decente.
3) – Como é seu procedimento ao escrever um poema?
Primeiro, eu me inspiro. Em seguida, concebo um eu lírico porque ao contrário do que as muitas mentalidades ignorantes pensam, eu lírico não é o poeta porque quando componho um poema dizendo que quero me matar não sou eu que quero me matar. Aí parto e penso no estado do eu lírico que é um estado já vivido por todos nós, como a tristeza, a saudade, o amor etc, estado que será novamente eternizado, pois como todos deveriam saber a poesia é o gênero literário em que há um tempo todo especial, o Presente Eterno, isto já dito lá em Shakespeare no seu décimo sétimo soneto que muitos preferem tecer considerações sobre a vida sexual do autor.
Depois eu vou à luta, afinal, a inspiração consiste em apenas 1% e olhe lá ainda, a transpiração consome boa parte do processo, sendo que muitas vezes o próprio processo de transpiração já serve como inspiração, por exemplo, eu nunca compus um gregoriano anaclítico e o soneto em que estou trabalhando agora será nesta medida, tudo surgiu do desafio que também é uma inspiração.
4) – O que é poesia para Rommel Werneck?
É o gênero literário em que a expressão do estado da voz lírica se encontra num tempo presente que não foi passado e nem será futuro, o Presente Eterno, ou seja, a vitória da atemporalidade sobre os ruídos destruidores do tempo.
5) – Como você vê a relação entre a tradição e os movimentos de vanguarda no âmbito da poesia? Existe uma tradição perene na poesia?
Esta é a pergunta que mais me agrada. Sabe por quê? Porque é a forma de responder aos insultos da escritora protestante Raquel Donegá. Eu comentei no Poesia Retrô sobre o como nossa proposta é válida e citei o exemplo das igrejas católicas que são erguidas hoje e possuem inspiração no passado, é o caso da arquitetura paulistana. A Catedral da Sé, por exemplo, é um templo neo gótico com mosaicos diversos, dentre os quais o de nossa padroeira, Santa Ana, em estilo neo bizantino e ainda, a bela igreja possui uma cúpula neo renascentista. Veja bem, não é uma igreja no mesmo estilo da Catedral de Paris, é uma igreja do século XX com forte inspiração na Idade Média. A escritora respondeu atacando minha religião apenas porque se deu conta de que estava errada.
A História da Literatura é progressista, prova disto é que temos inúmeras escolas e movimentos, o Romantismo, por exemplo, surgiu em oposição ao Arcadismo. Entretanto, os adeptos do novo movimento também promoveram o resgate cultural da tradição medieval e é justamente isto que queremos hoje, um Novo Movimento Parnasiano para promover resgate cultural sem ignorar a modernidade mostrando a todos que não existe estilo poético ultrapassado porque poesia não é a poesia de ontem ou a poesia nova, simplesmente é a poesia de sempre para sempre.
6) – Em nosso país os movimentos de vanguarda acabaram por levar muitos poetas ao esquecimento ou marginalização e, sobretudo geraram concepções equivocadas quanto à grandeza de sua produção. Pensemos nos parnasianos. Nessa perspectiva, fale sobre a Poesia Retrô.
Meu TCC foi sobre uma análise da sensualidade masculina na obra Salomé, um trabalho envolvendo as três áreas em que tenho formação: Letras, Moda e Cênicas e claro, resgatando culturalmente uma obra ricamente bordada por lirismo.
Hoje, minha pesquisa está mais ligada aos abusos e absurdos literários. Infelizmente, surgiram grupos vindos do marxismo cultural que acreditam que primar pelo rigor estético como Oscar Wilde é criar marcas de opressão e a verdadeira literatura deve ser objetiva e concisa. A clareza literária está justamente no subjetivismo, no esplendor poético. Quer prova maior de concisão e pluriculturalidade do que as formas fixas? Além de serem desafios para o poeta (ele deve compor dentro das limitações propostas), são manifestações folclóricas! Na Itália e na Inglaterra, o soneto; no Japão, o hai-cai e a tanka; nos países árabes, o ghazal e outras formas; na França, triolet, rondel, na Península Ibérica, o vilancete, na Espanha e no Brasil, o indriso etc. Olhem como estas formas fixas são bonitas e populares! O grupo panfletário acha que apenas a intervenção social importa, acontece que ela já se dá no tripé autor, obra e público, ou seja, dá para termos sociedade numa poesia sobre amor, por exemplo. Existe também quem queira levar até a Catedral da Sé para os saraus da periferia porque logo toda poesia sem críticas políticas ou referências fora da periferia são ruins porque “tudo é ultrapassado”: métrica, rima, temas amorosos, arcaísmos etc. Há sarau que nem palco pode ter porque “todos são iguais”, sabe, às vezes, a gente sai de um sarau com uma vontade de ler e escutar poesia porque na verdade não escutamos nenhuma!
Paralelamente, reina o grupo fofinho composto por poetas que pouco importam com a forma da poesia, para eles o importante é lutar sentimentalmente pela paz e escrever frases diretas de amor e ajuda, é a versão “poética (se é que há versão poética disto) da “auto”-ajuda. E para isto, todos os dias recebemos imagens brilhantes banalizando o Romantismo, um movimento literário que precisa ser retomado com decência.
Pior ainda é ver que temos hoje inúmeros seguidores da nova religião editorial que não admite críticas e “infiéis”. Pouco importa que o termo grego “auto” signifique “eu” e, portanto, sugere que resolvemos nossos problemas sem ajuda de mais nada, como, por exemplo, um livro. O que importa é vender, vender e vender mesmo que para isso seja necessário revelar coisas óbvias e até mentirosas. Certos livros banalizam a Psicologia e a Teologia dizendo que tudo podemos conseguir com o pensamento positivo, creio que os gurus espirituais desta fé editorial deveriam ir à África alimentar as criancinhas que passam fome porque até elas “não possuem pensamento positivo e por isto não mudam o curso da vida”! Certos escritores tiveram uma vida tumultuada, mas isto não impediu que cantassem belamente na lira como Florbela Espanca que cometeu suicídio. Sinceramente, creio que a ABL deveria lançar uma campanha contra esses livros alienados e também contra o Código da Venda, mas é claro que não fará isto, afinal, foi-se o tempo em que tínhamos orgulho de lá.
7) – Comente sobre a dimensão religiosa presente em sua poesia.
Em agosto de 2008, escrevi o soneto “O Lírio da Guerra” registrado na pasta Anjo Morto já como um anúncio desta minha vertente. A partir de janeiro de 2009 passei a compor muitas poesias sacras para a pasta Profecia, registrada em fevereiro e marcada por muita poesia sacra. É importante recuperar esta vertente tão esquecida, minha proposta está em tratar a sacralidade não só em sonetos, mas também em ghazais, hai-cais, rondeis, sonetos com métricas especiais etc
8) – Você se considera um poeta católico?
Sim, eu professo a fé católica, mas sou um terrível pecador. Sempre que posso frequento a Igreja da Anunciação aqui no meu bairro de rito bizantino-eslavo, mas como é só 1 vez por mês nos outros domingos, frequento igrejas latinas do bairro, gosto muito do rito bizantino e também do tridentino.
Entretanto, uso minha pena para várias coisas, entre elas, tratar a sacralidade, mas a poesia sacra é apenas uma vertente, eu escrevo também noutras vertentes retrôs.
9) – A religião cristã, sobretudo a de confissão Católica, esteve presente na criação de muitos poetas, entre eles Dante, Milton, Eliot, Claudel, Jorge Lima, Murilo Mendes, em romancistas como Mauriac, Bernarnos, Julien Green, no círculo Católico brasileiro formado por Octávio Faria, Cornélio Penna, Lúcio Cardoso e Gustavo Corção. Podemos pensar também na esfera da arte representada por muitos pintores entre os quais Fra. Angélico, Caravaggio, El Greco, na arquitetura gótica e barroca. Na música. Essa dimensão parece sofrer um retrocesso em nosso tempo. Estaria o cristianismo tornando-se incapaz de gerar cultura? Estaria o catolicismo esvaziando-se no âmbito da criação artística?
O que acontece no campo literário é que hoje temos poucas produções sacras justamente por existir música católica influente tanto a tradicional como a carismática. Além do mais, é uma pena ver que certos concursos literários vetam a poesia sacra por considerar “apologia à religião”.
A poesia sacra precisa ser redescoberta na Igreja, tanto é que conheço excelentes poetas sacros, mas são protestantes, tem até sarau protestante, Dio Santo! O que precisamos é que a redescoberta aconteça inicialmente com aqueles que estejam com uma zona forte de influência como os padres mais famosos e os grupos de jovens, por exemplo. Com certeza, as pessoas tem sede de leitura, mas possuem sede de leitura decente e não de livros vendíveis, assim como necessitam de uma vida honesta e não de qualquer coisa.
Parabenizo o jovem poeta. Mostrou profundo conhecimento to sobre poesia lírica e sacra e como é necessário a redescoberta desse estilo e sua valorização. Desejo todo sucesso ao Rommel e que ele continue nos brindando como comentários valorosos como estes. É preciso divulgar seu conhecimento e talento.
ResponderExcluirA presença de grandes poetas é uma honra para o Poesia Diversa. Uma obrigação de ofício! Seja bem vindo e esteja sempre presente. Abraço.
ResponderExcluirRommel é um grande poeta...
ResponderExcluirbons versos, parabéns!!!!
Prezado Flávio, seja bem vindo ao Poesia Diversa!
ResponderExcluirAD MAIOREM DEI GLORIAM
ResponderExcluiro nome do verso de 9 sílabas é Gregoriano Anapéstico
ResponderExcluiré otima essa entrevista uqe faz a gente realmente refletir,sobre a litaratura antes eo agora,concordo,que esse tipo de literatua aliena as pessoas e tira a capacidade de nós proprios de pensar e agir e resolver nossos problemas,excelente visão sobre assunto rommel,parabéns
ResponderExcluirSilvana, seja bem vinda ao Poesia Diversa!
ResponderExcluirÉ tão bom achar meu nome nessas coisas... mas fico pensando... será que vc vai aprender a ler o que eu escrevo um dia?
ResponderExcluirEu reli o texto lá no seu blog, talvez eu tenha cometido algum equívoco mesmo (talvez o maior equívoco seja querer conversar com alguém que sabe apenas falar e não sabe ouvir (ou ler o outro), mas me chamar de protestante soa até engraçado... Mas tudo bem, vou perdoar sua falta de habilidade leitora porque sua poesia, afinal, é boa...
Mas agora já sei, vc não vai fundar o neoneoclassicismo, mas o neoparnasianismo...
Abraço
Raquel Donegá
É, fundar um neoparnasianismo enquanto certos escritores destroem a poesia.
ResponderExcluirEscritores de talento e com lucidês, para exercitar este talento, sabendo onde como chegar, dão-me orgulho! Estamos num momento em que a facilidade tecnolgica expõe talentos que antes estavam ocultos, limitados á um regionalismo, asm também expõe um monte de pseudo-poetas, que mal sabem conjugar um verbo.
ResponderExcluirEncontrar alguém assim, com essa capacidade, e seriedade com a cultura, é para se admirar!
parabéns!
Há uma tradição enquanto vanguarda... uma fonte perene de poesia que advoga uma tradição, uma ancestralidade.
ResponderExcluirImportante tua colocação sobre a 'poesia sacra'... Creio ser urgente pensá-la e exercitá-la; a literatura mundial e brasileira guarda uma longa tradição, neste sentido.
Parabéns, irmão.
Ribeiro Halves