quarta-feira, 18 de agosto de 2010

GABRIEL RÜBINGER: GRUPO POESIA RETRÔ



O Acender da Pira

Desfraldam-se as nuvens altaneiras
no glacial brancor da antiga Roma,
e um vate colhe a ode, e do ar toma
as brumas soniais das oliveiras...

O escravo faz coroas derradeiras,
e as põe no altar de fora, onde o aroma
que invade curioso o bosque, assoma
os mármores, as folhas, as roseiras.

O Sol atrás morrendo. A tarde expira,
no esmaecer de sombras, de falenas
dançando flébeis, no calor da pira.

A terra cobre o corpo, e as serenas
estrelas lacrimejam. Resta a lira,
tangendo até o chorar das açucenas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário