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O Acender da Pira
Desfraldam-se as nuvens altaneiras
no glacial brancor da antiga Roma,
e um vate colhe a ode, e do ar toma
as brumas soniais das oliveiras...
O escravo faz coroas derradeiras,
e as põe no altar de fora, onde o aroma
que invade curioso o bosque, assoma
os mármores, as folhas, as roseiras.
O Sol atrás morrendo. A tarde expira,
no esmaecer de sombras, de falenas
dançando flébeis, no calor da pira.
A terra cobre o corpo, e as serenas
estrelas lacrimejam. Resta a lira,
tangendo até o chorar das açucenas...
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