Madrigal
No teu claro olhar castanho,
fruto que sai de uma flor
multicor e sem tamanho,
antes mesmo ao sol se pôr,
outro olhar se desmantela.
Numa nova aquarela,
de tal forma carinhosa,
o amor, em verso e prosa,
se bronzeia ao descrevê-la,
contemplando um par de estrelas
no teu rosto cor-de-rosa.
LUA
Para Renata Belmonte
Onde o limite é o amor,
o céu espelha
um mar de estrelas.
O fogo todo é cor de rosa.
O cinza, sereno violeta.
Feita perfeita para o gozo,
voa no céu a borboleta.
MENINA DOS OLHOS
No azul do oceano
de um mar de rosas,
com a rosa - dos - ventos
e um rosário de preces,
o poeta encontra
na menina dos olhos,
dois faróis que acendem
num corpo celeste.
Para Renata Belmonte
Onde o limite é o amor,
o céu espelha
um mar de estrelas.
O fogo todo é cor de rosa.
O cinza, sereno violeta.
Feita perfeita para o gozo,
voa no céu a borboleta.
MENINA DOS OLHOS
No azul do oceano
de um mar de rosas,
com a rosa - dos - ventos
e um rosário de preces,
o poeta encontra
na menina dos olhos,
dois faróis que acendem
num corpo celeste.
MULHERES MOLHADAS
Para Bel Borba
O lagarto de ladrilho
chora lágrimas de poeta.
Nas pedras dessa selva tartarugas tatuadas
azulejam o abismo, figuras humanas
se arrastam como ofídios.
Em vôo incerto, pássaros de vidro
comem fósseis de insetos.
Entre o azul e o rio vermelho
no mosaico da sereia surge o homem erectus,
e no infinito de concreto, ao bel prazer,
mulheres molhadas tocam no sexo.
Para Bel Borba
O lagarto de ladrilho
chora lágrimas de poeta.
Nas pedras dessa selva tartarugas tatuadas
azulejam o abismo, figuras humanas
se arrastam como ofídios.
Em vôo incerto, pássaros de vidro
comem fósseis de insetos.
Entre o azul e o rio vermelho
no mosaico da sereia surge o homem erectus,
e no infinito de concreto, ao bel prazer,
mulheres molhadas tocam no sexo.
Poema dos olhos da Maysa
NAS ASAS DO OCASO
Profusão de matizes verde-vivos
as listas rematando em longas caudas.
Faixas brancas, e as linhas coloridas
tigrando-as de uma cor azul metálica.
De cada lado das espessas linhas
crescem alas de borda recortada,
unida a seu par por meio de estrias
matizadas por gotas de lilases.
Com o turquesa nas nuvens cor- de- rosa
um brilho de ouro invade cada greta,
demudando o poente em breve aurora.
Plumas cacheiam-se em tons violeta,
pintando o pôr-do-sol que é de quem vê,
pelos céus há pavões e borboletas.
96 – 27
Deitada por cima,
quatro olhos fechados,
de ponta-cabeça em
duas bocas, seis lábios.
Quatro pernas abertas,
braços apertados,
unidos numa dezena,
ligados no mesmo cálculo.
Dois corpos, com três cabeças,
meia volta, volta e meia
flutuam no quarto.
NAS ASAS DO OCASO
Profusão de matizes verde-vivos
as listas rematando em longas caudas.
Faixas brancas, e as linhas coloridas
tigrando-as de uma cor azul metálica.
De cada lado das espessas linhas
crescem alas de borda recortada,
unida a seu par por meio de estrias
matizadas por gotas de lilases.
Com o turquesa nas nuvens cor- de- rosa
um brilho de ouro invade cada greta,
demudando o poente em breve aurora.
Plumas cacheiam-se em tons violeta,
pintando o pôr-do-sol que é de quem vê,
pelos céus há pavões e borboletas.
96 – 27
Deitada por cima,
quatro olhos fechados,
de ponta-cabeça em
duas bocas, seis lábios.
Quatro pernas abertas,
braços apertados,
unidos numa dezena,
ligados no mesmo cálculo.
Dois corpos, com três cabeças,
meia volta, volta e meia
flutuam no quarto.
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