(Renoir)
GUSTAVO FELICÍSSIMO
É natural de Marília, interior de São Paulo, mas está radicado na Bahia desde 1993. Seus poemas aqui apresentados seguem o molde da Retranca, forma fixa criado pelo poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo e da qual Felicíssimo é um dos mais importantes cultores no momento.
Os meus poemas
Vão meus poemas, todos eles,
para os que são, mas não se encontram,
para os que avançam e se perdem,
para os que vivem e se matam;
mas que assim sendo permanecem
feito os frutos que não perecem;
neles não há nada de novo,
nenhuma trama ou relevância,
neles não há nada de novo:
em meus poemas vejo apenas
o bálsamo de auroras plenas.
Senda
Sou como o invisível céu
que não vos inspira cuidados,
pois retorno depois das névoas
sobre os campos abandonados;
sou finito e celebro o fogo
infindável do grande jogo
a nos enlaçar a garganta;
creio no vórtice da voz
sacrossanta que a tudo encanta;
trago os haveres desse mundo;
sou terra, sou campo fecundo.
Piano
Arrebata-me ao pôr-do-sol
o som de um piano distante;
sua canção, que desconheço,
trás magia por um instante;
entra pela porta e janela,
faz do aposento passarela
enquanto uma réstia de luz
cintila sobre o meu poema
que nesse momento transluz:
à folha toda iluminada
não cabe acrescentar mais nada.
Gustavo Felicíssimo é poeta e ensaísta, tendo diversos artigos publicados na imprensa brasileira e sites especializados em literatura, mas em livro permanece inédito. Fundou, juntamente com outros escritores, o tablóide literário SOPA, em Salvador, do qual foi seu editor. Organizou e fez publicar “Diálogos – Panorama da Nova Poesia Grapiúna”, uma mostra dos novos autores da região cacaueira da Bahia.
Graduando em Letras, UESC, atua como preparador de textos e revisor para editoras e poetas. Seu primeiro livro de poesia, “Revelação & Outros Poemas”, será lançado ainda neste ano. Venceu o Prêmio Bahia de Todas as Letras, edição 2009, em duas categorias, Poesia e Literatura de Cordel.
Edita o blog Sopa de Poesia, cujo endereço virtual é: http://www.sopadepoesia.blogspot.com/
É natural de Marília, interior de São Paulo, mas está radicado na Bahia desde 1993. Seus poemas aqui apresentados seguem o molde da Retranca, forma fixa criado pelo poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo e da qual Felicíssimo é um dos mais importantes cultores no momento.
Os meus poemas
Vão meus poemas, todos eles,
para os que são, mas não se encontram,
para os que avançam e se perdem,
para os que vivem e se matam;
mas que assim sendo permanecem
feito os frutos que não perecem;
neles não há nada de novo,
nenhuma trama ou relevância,
neles não há nada de novo:
em meus poemas vejo apenas
o bálsamo de auroras plenas.
Senda
Sou como o invisível céu
que não vos inspira cuidados,
pois retorno depois das névoas
sobre os campos abandonados;
sou finito e celebro o fogo
infindável do grande jogo
a nos enlaçar a garganta;
creio no vórtice da voz
sacrossanta que a tudo encanta;
trago os haveres desse mundo;
sou terra, sou campo fecundo.
Piano
Arrebata-me ao pôr-do-sol
o som de um piano distante;
sua canção, que desconheço,
trás magia por um instante;
entra pela porta e janela,
faz do aposento passarela
enquanto uma réstia de luz
cintila sobre o meu poema
que nesse momento transluz:
à folha toda iluminada
não cabe acrescentar mais nada.
Gustavo Felicíssimo é poeta e ensaísta, tendo diversos artigos publicados na imprensa brasileira e sites especializados em literatura, mas em livro permanece inédito. Fundou, juntamente com outros escritores, o tablóide literário SOPA, em Salvador, do qual foi seu editor. Organizou e fez publicar “Diálogos – Panorama da Nova Poesia Grapiúna”, uma mostra dos novos autores da região cacaueira da Bahia.
Graduando em Letras, UESC, atua como preparador de textos e revisor para editoras e poetas. Seu primeiro livro de poesia, “Revelação & Outros Poemas”, será lançado ainda neste ano. Venceu o Prêmio Bahia de Todas as Letras, edição 2009, em duas categorias, Poesia e Literatura de Cordel.
Edita o blog Sopa de Poesia, cujo endereço virtual é: http://www.sopadepoesia.blogspot.com/
Não conhecia o poeta, Hilton. Gostei demais. Este primeiro poema é mesmo um bálsamo. A poesia é. Abraços!
ResponderExcluirEsse é o objetivo desse modesto espaço: divulgar a poesia viva e de qualidade! Fico feliz por ter gostado, são bons poetas. Um abraço.
ResponderExcluirOlá Hilton,
ResponderExcluirNavegar neste espaço sempre é um encontro
com a boa poesia.
Parabens!
Beijos,
Regina Lyra
Estimada Regina, sua presença é sempre satisfação! Um grande abraço poético!
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