sábado, 17 de abril de 2010

OLAVO BILAC: SONETO




NEL MEZZO DEL CAMIN

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

3 comentários:

  1. Este poema me impressionou tanto, quando adolescente, que o decorei e nunca mais esqueci. Até hoje é um dos meus preferidos. Tem uma carga de dramaticidade tão intensa, que influencia ainda a minha poesia. Abraços.

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  2. Realmente os parnasianos escreveram poemas impressionantes. Seja bem vindo ao Poesia Diversa! Esteja sempre presente. Um abraço.

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