sábado, 10 de abril de 2010

CRUZ E SOUSA: POEMA

(Caspar David Friedrich)


POST MORTEM

Quando do amor das Formas inefáveis
No teu sangue apagar-se a imensa chama,
Quando os brilhos estranhos e variáveis
Esmorecerem nos troféus da Fama.

Quando as níveas Estrelas invioláveis,
Doce velário que um luar derrama,
Nas clareias azuis ilimitáveis
Clamarem tudo o que teu Verso clama.

Já terás para os báratros descido,
Nos cilícios da Morte revestido,
Pés e faces e mãos e olhos gelados...

Mas os teus Sonhos e Visões e Poemas
Pelo alto ficarão de eras supremas
Nos relevos do Sol eternizados!

2 comentários:

  1. Saudações.
    É muito interessante a escolha dos poemas que publica.
    Parabéns!
    Helena

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  2. Prezada Helena, seja bem vinda ao Poesia Diversa! Meu objetivo inicial (que ainda persiste)tem sido priorizar a poesia anônima (poetas de grande talento não conhecidos)e a que tem sido escrito por poetas de grande qualidade com livros publicados mas ignorados pela academia... Mas tenho revisto alguns conceitos e também priorizado a grande Tradição. Penso que a modernidade acabou por lançar equívocos sobre muitos poetas que hoje se encotram esquecidos e marginalizados nos livros. Um grande abraço e esteja sempre presente!

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