sexta-feira, 2 de abril de 2010

LA ROCHEFOUCAULD: MÁXIMAS

(Kandinsky)


29

O mal que praticamos não atrai tanta perseguição e ódio quanto nossas boas qualidades.

33

O orgulho sempre se indeniza e nunca perde, mesmo quando renuncia à vaidade.

38

Propomos de acordo com nossas esperanças, mas cumprimos de acordo com nossos temores.

40

O interesse, que a uns cega, é a luz de outros.

42

Não temos força o bastante para seguir toda a nossa razão.

48

A felicidade está no gosto, não nas coisas; é por ter o que amamos que somos felizes, não por ter o que os outros acham amável.

49

Não somos nunca tão felizes nem tão infelizes quanto imaginamos.

51

Nada pode diminuir mais a satisfação de si que ver que reprovamos hoje o que ontem aprovávamos.

55

O ódio aos favorecidos não é mais que amor ao favorecimento. O despeito de não possuir se consola e abranda com o desprezo pelos que os possuem, e recusamos render-lhes nossas homenagens sem poder tirar-lhes as que o mundo lhes faz.

64

Não faz a verdade tanto bem ao mundo quanto lhe fazem mal suas aparências.

67

A graça está para o corpo assim como o bom-senso está para o espírito.


Máximas e reflexões. Ed. Imago

Tradução: Leda Tenório da Motta

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