quarta-feira, 14 de abril de 2010

ALBERTO DE OLIVEIRA: SONETO

(Caspar David Friedrich)


CHORO DE VAGAS

Não é de águas apenas e de ventos,
No rude som, formada a voz do Oceano.
Em seu clamor – ouço um clamor humano;
Em seu lamento – todos os lamentos.

São de náufragos mil estes acentos,
Estes gemidos, este aiar insano;
Agarrados a um mastro, ou tábua, ou pano,
Vejo-os varridos de tufões violentos;

Vejo-os na escuridão da noite, aflitos,
Bracejando, ou já mortos e debruços,
Largados das marés, em ermas plagas…

Ah! que são deles estes surdos gritos,
Este rumor de preces e soluços
E o choro de saudades destas vagas!

4 comentários:

  1. Amigo, hoje mesmo estava lendo alguns poemas de Alberto de Oliveira, por isso para mim foi uma surpresa ler esse belo poema no seu blog.
    Um abraço.
    Jefferson

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  2. Estimado Jefferson, tenho apreciado muito os parnasianos, sobretudo Raimundo Correia. Penso que hoje se torna eviente a injustiça que se fez em relação a esses grandes poetas Alberto, Bilac... por parte do modernismo. É preciso uma revisão dessas poetas. Eles são verdadeiros mestres da linguagem poética! Um grande abraço.

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  3. poesiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

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