“Ninguém pode conservar sua solidão se não sabe fazer-se odioso."
“O grande crime da Dor é haver organizado o Caos, havê-lo convertido em universo".
“O paraíso é a ausência do homem.”
“O verdadeiro saber reduz-se às vigílias nas trevas: só o conjunto de nossas insônias nos distingue dos animais e de nossos semelhantes.”
“O momento em que pensamos ter compreendido tudo dá-nos ar de assassinos.”
“O combate que travam em cada indivíduo o fanático e o impostor faz com que não saibamos nunca a quem nos dirigir.”
“Deus é um desespero que começa onde todos os outros acabam.”
“A obsessão pelo suicídio é própria de quem não pode viver, nem morrer, e cuja atenção nunca se afasta dessa dupla impossibilidade.”
“Sobre um planeta que compõe seu epitáfio, tenhamos a dignidade suficiente para nos comportar como cadáveres amáveis.”
“Quanto mais convivemos com os homens, mais nossos pensamentos se obscurecem; e quando, para aclará-los, voltamos à solidão, encontramos nela a sombra que eles projetaram.”
“Quando nem sequer a música é capaz de salvar-nos, um punhal brilha em nossos olhos; nada mais nos sustenta, a não ser a fascinação do crime.”
“Nas épocas em que o Diabo prosperava, o pânico, o horror, as desordens eram males que gozavam de proteção sobrenatural: sabia-se quem os provocava, quem presidia sua expansão; hoje, abandonados a si mesmos, transformam-se em “dramas interiores” ou degeneram em “psicoses”, em patologia secularizada.”
“O que irrita no desespero é sua legitimidade, sua evidência, sua “documentação”: é pura reportagem. Observe, ao contrário, a esperança, sua generosidade no erro, sua mania de fantasiar, sua repulsa ao acontecimento: uma aberração, uma ficção. E é nessa aberração que reside a vida e dessa ficção que ela se alimenta.”
Identifico-me muito com o que li.
ResponderExcluirDeixo aqui um aforisma que me ocorreu e que já utilizei anteriormente:
Esperança é uma simples questão de instinto de sobrevivência.
Forte abraço.
Jorge, amigo, Cioran foi um dos grandes filósofos do século XX. Praticante de uma escrita cortante, mordaz, fatalista... ler Cioran é ser obrigado a pensar! Ainda bem que a editora Rocco vai reeditar seus livros este ano. Fique atento com a reedição de obras fundamentais como Silogismos da Amargura e Breviário da decomposição... estou louco para comprar logo esses livros...Belo aforismo, o seu. Um abraço.
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