sábado, 19 de março de 2011

ANTONIO PORCHIA: AFORISMOS




Creio que são os males da alma, a alma. Porque a alma que se cura de seus males, morre.

(Creo que son los males del alma, el alma. Porque el alma que se cura de sus males, muere.)

Cem homens, juntos, são a centésima parte de um homem.

(Cien hombres, juntos, son la centésima parte de un hombre.)

O mal não o fazem todos, mas acusa a todos.

(El mal no lo hacen todos, pero acusa a todos.)

Quem não enche seu mundo de fantasmas, fica só.

(Quien no llena su mundo de fantasmas, se queda solo.)

Uma coisa, até não ser inteira, é ruído, e inteira, é silêncio.

(Una cosa, hasta no ser toda, es ruido, y toda, es silencio.)

És o que necessitam de ti, não o que és.

(Eres cuanto te necesitan, no cuanto eres.)

Quando não se quer o impossível, não se quer.

(Cuando no se quiere lo imposible, no se quiere.)

Ferir o coração é criá-lo.

(Herir al corazón es crearlo.)

O medo da separação é tudo o que une.

(El temor de separación es todo lo que une.)

O amor, quando cabe numa única flor, é infinito.

(El amor, cuando cabe en una sola flor, es infinito.)

Eu pediria algo mais a este mundo, se tivesse algo mais este mundo.

(Yo le pediría algo más a este mundo, si tuviese algo más este mundo.)

Tradução: Marco Catalão

Um comentário:

  1. Gostei muito, Hilton. Incusive, precisava ouvir algumas dessas frases hoje. Quero manter a minha alma viva... Abraços.

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