(William Blake)
Borgiana
I
Atiro os cacos
do espelho partido.
Busco-os no chão,
onde as imagens se dispersaram.
Com o que resta na moldura,
brinco de cortar os dedos
encaixando respostas
no rosto trincado.
E, se, no entanto, a figura
se assemelha ao medo,
remisturo todo
o ser desfigurado.
Pois a faina louca
de remexer segredos
fez-me encontrar as sombras
dos dias passados.
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