sexta-feira, 19 de março de 2010

UM POEMA DE MAJELA COLARES

(Paul Klee)



ARQUÉTIPO DE ANJO INVENTADO

a pele é de sol, a idéia granizo
o sexo de bronze, a íris de lentes

tórax de fel e lábios de riso

surpresa na face, um céu sob os dentes
passado sem voz, a boca sem viço

- agora incertezas e dias ausentes

hoje sua vida perplexa no espelho
guardando a fachada incerta do escuro

foge de regras, detesta conselho
seu tempo acabou, dormiu seu futuro


poema do livro As cores do tempo. Ed. Calibán

3 comentários:

  1. "Quem, se eu gritasse, entre as legiões dos Anjos me ouviria?" (Rilke)
    Deus me ouviria. Deus sob a forma de anjo. Os anjos são a manifestação de Deus invisível.
    Boa escolha, Hilton, propicia uma valiosa reflexão. É preciso parar de vez em quando e constatar: Não estamos sozinhos.
    Abraços.

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  2. Lindo poema! Anjo de matéria vida, no suspiro natural e distante de todas as "regras". Sem tempos e conselhos, ele surge.
    Abraços.
    Jefferson.

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  3. Amigos José e Jefferson, o Majela é um grande poeta! Um forte abraço!

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