domingo, 7 de março de 2010

MÁXIMAS OU AFORISMOS III

(Miró)



A vida pode tornar-se bela e grandiosa, desde que não acreditemos nela, pois a vida em si não possui sentido algum. Mas a partir do fato de existir, refiro-me ao fato concreto, o exemplar único e singular de cada ser humano, a vida pode tornar-se significativa.

Não compete aos deuses a dádiva do gozo.

No ofício do amor os corpos transgridem o espírito.

Na grandeza ou na miséria o homem é indigno.

Caminhamos para a escravidão tão logo nos sabemos livres.

Diante do paraíso o homem hesita.

O que deploramos nos outros não são seus defeitos e sim suas qualidades.

Exasperar-se de seus limites é sempre um sinal de vaidade.

No amor, raramente perdoamos o sentimento de vingança.

A esperança de todo homem não termina com a morte e sim com suas desilusões.

Também destruímos ao amar.

Não raro, no sacrifício encontramos a fúria das consolações.

Nem mesmo no amor prescindimos da solidão.

Nas grandes desgraças o homem reivindica a Deus o seu destino.

Há múltiplas formas de amor, mas só um desejo.

Amor: cobiça do corpo.

Amor: anelo do coito.

A alegria: em sua raridade, uma dádiva não compreendida.

Há traições que não carecem de perdão.

Amor: raro enleio em meio ao incerto jogo das representações.

Também na verdade encontra-se o vício.

Obs: aforismos de minha autoria protegidos por direitos autorais.

2 comentários:

  1. Que bom estar aqui do seu lado direito, Hilton. Uma honra pra mim e uma alegria. Abraços! Bom Domingo!

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  2. Esses versos seus foram belos! Muito belos! Uma definição de poesia. Forte abraço.

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