A ESPUMA, O ARRECIFE
Solidão a não escalar, quantos caminhos!
Vestes vermelhas, horas tantas sob as árvores!
Adeus, nesta alva fria, minha água pura,
Adeus, mesmo apesar do grito, o ombro, o sono.
Escuta, nunca mais as mãos que se retomam
Como perpetuamente a espuma e o rochedo,
Nem mesmo aqueles olhos que buscam a sombra,
Amando antes o sono ainda partilhado.
Nunca mais se tentar unir voz e oração,
Noite e esperança, anseios do abismo e do porto.
Vê, não é Mozart que luta em tua alma,
Mas o gongo, contra a arma disforme da morte.
Adeus, semblante em maio.
O azul do céu é tíbio neste dia, aqui.
Do astro da indiferença o gládio fere ainda
Uma vez mais a terra do que está dormindo.
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