(W.J Solha)
Soneto para apaziguar borboletas
Para W. J Solha
A sombra é neutra, e
desandado o escuro,
e, se não há
certezas, há o adeus,
da emoção que dura ao
saber-se nulo
o testemunho erguido
de um deus.
E se silente a cama –
à procura
da insignificância
hirta e desperta –
oferecer leito e
cocho à loucura,
dizer-se talvez
louco, mas alerta.
O chão é leito tosco,
mas correto
a todo ser avesso a
esperança,
àquele que titubeia e
tropeça,
na pedra desolada e,
sim, temida
que rola o
descaminho, sem inércia.
Salvam-lhe a vida as
asas de poeta.
Vitória, 25 de agosto de 2012
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