quarta-feira, 15 de agosto de 2012

GIACOMO LEOPARDI: POEMA





CANTO XII - O INFINITO


Sempre caro me foi este ermo outeiro,

e aquela sebe, que em tão grande parte

do horizonte final o olhar exclui.

Mas sentado, a mirar intermináveis

espaços além desses, sobre-humanos

silêncios e sossegos profundíssimos,

me afundo no pensar, onde por pouco

meu coração não se amedronta. E, como

ouço o vento roçar contra estas plantas,

o silêncio infinito comparando

vou a tal voz: e sobrevêm-me o eterno,

as mortas estações, mais a presente

e viva, e o seu rumor. Assim, por esta

imensidade o meu pensar se afoga:

e o naufragar me é doce neste mar.

 (Tradução de Renato Suttana)


 
Sempre caro mi fu quest'ermo colle,

e questa siepe, che da tanta parte

dell'ultimo orizzonte il guardo esclude.

 Ma sedendo e mirando, interminati

spazi di là da quella, e sovrumani

silenzi, e profondissima quïete

io nel pensier mi fingo, ove per poco

il cor non si spaura. E come il vento

odo stormir tra queste piante, io quello

 infinito silenzio a questa voce

vo comparando: e mi sovvien l'eterno,

e le morte stagioni, e la presente

e viva, e il suon di lei. Così tra questa

immensità s'annega il pensier mio:

e il naufragar m'è dolce in questo mare»









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