sexta-feira, 30 de março de 2012

EDIR PINA DE BARROS: POEMA


(Dante Gabriele Rossetti)


ENLACE FATAL


Chorava, a fonte, a tarde que caia,
Sanguinolenta e triste n’horizonte,
Sangrava a tarde e mais chorava a fonte,
Ao fim do langoroso e triste dia.


Chorava ao ver, da tarde, tal desmonte
A fonte que, de dor, ficou mais fria,
Demais chorou, até ficar vazia,
Sem água sobre a areia fina e insonte.
.
Ai! Como é triste ver morrer a tarde
Ensangüentada e sem fazer alarde,
Entregue, tão passiva, ao por do sol.

Choramos, eu e a fonte, de tristura!
sentindo dentro em nós terna amargura,
ao ver morrer a tarde no arrebol


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